A Liga de Basquete Feminino já está no returno e precisamos falar de alguns pontos positivos deste ano de ressaca olímpica e suspensão das competições internacionais.
- Equilíbrio
O primeiro turno foi marcado por um equilíbrio, que pode ser explicado por um misto de fatores pessimistas (cansaço pelos jogos seguidos, irregularidade das jogadoras, etc). Independentemente do motivo, o equilíbrio tornou a competição um pouco mais interessante.
- A superioridade de Damiris
Mais uma vez o Corinthians/Americana desponta como o franco favorito ao título e muito se deve à Damiris.
Após um surpreendente desempenho na Rio 2016 (em que jogou como ala), a ala/pivô demonstra regularidade e superioridade técnica que a coloca como a grande referência da seleção para este próximo ciclo olímpico (se é que o Brasil terá esse ciclo).
- Nasce uma estrela?
Num momento delicado que passa o basquete feminino, é interessante acompanhar o crescimento da ala Raphaela Monteiro. Cria da Mangueira/RJ, com passagens pela base paulista, a jovem ala tem dado os primeiros passos no adulto jogando em Pernambuco. Teve a primeira oportunidade no Sport, onde já chamou atenção, com um excelente jogo de infiltração e muita disposição.
Desde o ano passado tem jogado no time do Dornelas (antes América, agora Uninassau) e tem mostrado que é uma jogadora a ser observada neste novo ciclo. Se ainda carece de evolução física e melhorar os arremessos de longa distância, é louvável sua disposição em jogar em baixo da cesta.
Há que se parabenizar ainda Dornelas que viu o potencial na jogadora e tem investido em sua evolução.
- Geração 95
Em 2011, uma geração chamou minha atenção. Na Copa América Sub-16, vimos uma seleção brasileira na final, "engrossando o caldo" no primeiro tempo contra as ótimas americanas. Pena que no ano seguinte a decepção seria grande: uma derrota para Mali e a penúltima posição no Mundial Sub-17.
A seleção era treinada pela Janeth e desde o Sub-15 sabíamos que tínhamos joias preciosas que, se bem lapidadas, poderiam alcançar voos maiores.
O grande destaque desta geração naquela época era Izabela Sangalli, que hoje continua buscando a sua afirmação no líder Corinthians/Americana. O time titular era composto ainda por Raphaela Monteiro (que se machucou e não jogou os mundiais sub-17 e sub-19) e Vitória (que está no Sampaio Correa, após se destacar em São José).
Atualmente, outro nome desta geração tem aparecido bem na LBF: a pivô Letícia Rodrigues. O curioso é que Letícia, mesmo tendo sempre se destacado na base (por Santos e depois por Ourinhos), foi apenas convocada para o Mundial Sub-19, em 2013.
Ao longo dos anos, a pivô tem mostrado evolução e hoje tem tido atuações bastantes solidas pelo Sampaio e ao lado de Monteiro tem sido os grandes destaques entre as atletas mais jovens.
Desta geração, ainda tem Bia e Kawani Firmino, ambas buscando a afirmação em Blumenau.
- A inesgotável Gil
No ano em que completará 36 anos, Gil continua soberana na liga. As sucessivas decepções na seleção brasileira não tiraram a garra e a vontade desta pivô que sempre foi subestimada por conta de sua altura.
É um dos pilares do time do Uninassau e, se a equipe quiser ser bem sucedida nessa temporada, terá que acioná-la mais do que tem feito.
Gil machucou o tornozelo no jogo contra o Venceslau e deve perder alguns jogos do returno.
- Santo André
Salários atrasados, troca do comando técnico e saída de jogadoras. Tudo parecia ruir no time de Santo André. Mas a equipe do ABC fez um primeiro turno digno, surpreendentemente saindo-se como a terceira força do campeonato. O bom resultado é fruto do bom trabalho coletivo e do estreante Bruno Guidorizzi, que até então tinha experiência apenas nas categorias de base.
Destaca-se ainda o regular desempenho de Jaqueline, que tem sido bem coadjuvada por Thaissa e Silvia.
E você, o que achou do primeiro turno da LBF? Teremos melhoras no segundo turno? O que podemos esperar para os playoffs?