Saiu a confirmação oficial hoje da catástrofe que já se ensaiava desde sábado.
Sai Zanon, volta Antônio Carlos Barbosa, treinador que já tem mais de vinte anos de seleção brasileira em seu currículo, acumulados em duas passagens.
Parece que realmente o basquete feminino gosta de viver em círculos e o retorno de Barbosa nessa altura do campeonato é de um simbolismo quase que didático.
O basquete feminino precisa se atualizar, olhar para frente, construir sua base, enxergar seus problemas, assumi-los e buscar ser uma modalidade tratada com maior respeito pelos seus dirigentes e mais atraente para o público.
No entanto, a escolha por Barbosa sinaliza uma vontade de morrer abraçado com o atraso.
Pois se assim é o desejo dos envolvidos, que assim seja!
No sábado, quando a notícia do convite a Barbosa já havia surgido até na Tv, ouvi de um amigo uma definição sintética e perfeita sobre o treinador: "arcaico e político".
Assim é Barbosa. Treinador ultrapassado, que entre 1996 e 2007 conseguiu reduzir bastante o brilho da geração que teve nas mãos. E um ser "político", no sentido de quem se equilibra bem na relação entre os lados em conflito (dirigentes x atletas), ficando bem com os dois. Não é alguém que brigue por mudanças, que exija isso ou aquilo e que tenha um papel de transformação dentro desse cenário de caos. Seguirá assim, com amistosos fracos, treinamentos horrendos e basquete medíocre, com o agravante de ter um material em mãos de pior qualidade agora.
Não tenho bola de cristal, mas hoje só consigo enxergar um cenário apocalíptico, com a seleção jogando no Rio ao som de um samba ensurdecedor, enquanto um bloco carnavalesco grita por respeito e Barbosa calmamente distribuiu santinhos aos presentes no qual se lê o slogan: "Para continuar freguês, Barbosa outra vez!".