Durante o 33º Campeonato Brasileiro Sub-17 Feminino uma estrela do basquete nacional esteve em plena atividade, apesar de não ter vestido a camisa de qualquer seleção. A ex-ala da Seleção Brasileira Feminina Janeth Arcain esteve presente na competição ao lado do ex-técnico do selecionado brasileiro feminino Antonio Carlos Barbosa e seus olhos clínicos viram a pivô capixaba Ana Flávia Prattes Conceição.
Um mês após o fim da competição, Fafá, como é conhecida no meio do basquete, recebeu o convite do BCN Osasco para jogar lá.
A indicação de Janeth, considerada uma das atletas mais técnicas da supergeração de prata do basquete feminino brasileiro, é quase uma ordem. Ela teria conversado com o pessoal do BCN Osasco e dito que no Espírito Santo havia uma pivô que poderia se enquadrar nos anseios da agremiação.
“Vale a pena investir nela”, teriam sido as palavras referentes à atleta, segundo o pai de Fafá, Emir Prattes Conceição.
Nesta quinta-feira (28 de janeiro), Emir passou o dia mexendo com a papelada de transferência do colégio da atleta.
“Viajaremos nesta sexta-feira. Eu e a mãe dela (Lucimara Gomes Prattes Conceição) iremos com ela de carro para conhecermos as pessoas a quem iremos confiar nossa filha”, disse Emir.
A pivô Ana Flávia passou o dia em Guarapari e disse estar muito tranquila com o convite que recebeu. Até brincou com o fato de ter sido vista por Janeth.
“Meu pai gostou mais disso do que eu. Vejo neste convite a oportunidade para crescer, evoluir no basquete. E também gostaria de servir de exemplo para outras atletas. Não conheço ninguém lá, mas espero me adaptar rápido”, destacou a atleta.
Fã da pivô Érika e da ala/pivô Êga, Fafá começou a jogar basquete no Guarapari Basket em 2006, na Cidade Saúde, quando a equipe ainda estava montando o seu projeto de basquete. Para seu ex-técnico Osmar Teixeira, a ida da atleta para o BCN Osasco é de grande valia para o basquete do Estado e, principalmente, de Guarapari.
“Esta é uma conquista que consolida um trabalho feito na nossa base. Agora ela está sendo reconhecida e a sua ida para São Paulo é o reconhecimento do trabalho feito. Trata-se de um presente para ela. Espero que outras atletas sigam o seu exemplo. Fafá tem talento, aproveita sua altura”, apontou Osmar.
O ex-técnico lembrou da época em que a atleta iniciou suas atividades no basquete.
“Quem começou a jogar primeiro no Guarapari Basket foi a Carol, irmã de Fafá. Na ocasião, ela disse que a irmã tinha quase a mesma altura. Logo me interessei e pedi que trouxesse a menina aqui. Ela veio, jogou dois dias e depois sumiu. Em seguida começou a jogar. A primeira competição da qual ela participou foi o Estadual Infantil, em 2007. Em 2008, ela jogou na sua própria categoria, mirim, conquistando o título de cestinha da competição, atleta-revelação e melhor jogadora da categoria, além de campeã estadual mirim”, lembrou Osmar.
Quando saiu de Guarapari, Fafá chegou à equipe do Álvares e foi treinada por Marcos Caldeira, que também não escondeu a felicidade de ver sua atleta evoluir no basquete.
“Na última terça-feira as meninas se despediram da Fafá e se emocionaram. Ela é querida por todos nós, mas sabemos que é o melhor para ela. Ela encontrará atletas de nível de seleção. Incentivamos mesmo. É a melhor estrutura de basquete de base no País. Esperamos que ela venha contribuir com a Seleção Capixaba”, salientou Marcos Caldeira.
Para o também ex-técnico da atleta, Aldo Machado Júnior, chegou a hora de Fafá brilhar, principalmente por conta das qualidades técnicas da jogadora.
“A Fafá tem uma genética privilegiada. É alta, veloz e tem uma excelente coordenação motora. Ela arremessa bem, joga de direita e de esquerda. Acredito que foi uma grande aquisição do clube”, elogiou.
Fonte: ES Hoje